FALAMOS ALEMÃO
Alemão na Alemanha
Cerca de 130 milhões de pessoas falam alemão como língua materna ou segunda língua no mundo inteiro. O alemão é, portanto, uma das línguas mais faladas do globo. Aproximadamente outras 15,4 milhões de pessoas estudam alemão no mundo todo. Ele ocupa, assim, o segundo lugar entre as línguas estrangeiras mais faladas do mundo, depois do inglês. Mas como é o alemão na própria Alemanha?
A língua oficial da Alemanha é, claro, o alemão; isso quer dizer, porém, o alemão nacional padrão, o Hochdeutsch. Há, no entanto, muitos dialetos, geralmente reunidos em 16 grandes grupos dialetais muito diferentes entre si. Seja o alemânico, Alemannisch, falado no sudoeste da Alemanha, o baixo-alemão de Mecklemburgo, o Mecklenburgisch, no nordeste do país, ou outras variantes, como os famosos dialetos de Colônia e de Berlim, o Kölsch e o Berlinerisch: em cada região da Alemanha, inúmeras versões diferentes da língua alemã são faladas no cotidiano, e as diferenças às vezes são tão grandes que nem sempre as pessoas se entendem de imediato. Ou será que você sabia que o “Berlinerˮ, um doce parecido com o sonho, não é chamado de “berlinense” em algumas regiões da Alemanha, mas, sim, de Pfannkuchen (que também significa panqueca!), Kreppel ou Krapfen? E aos dialetos ainda se somam línguas regionais, faladas por um número cada vez menor de pessoas. Segundo o Atlas da UNESCO das línguas ameaças de extinção, atualmente, ao todo 13 línguas regionais alemãs estão sob risco, duas delas, o frísio setentrional, o Nordfriesisch, e o frísio oriental, o Saterfriesisch, correm até mesmo sério risco de desaparecer. Mas não se preocupe. Se você fizer um curso de alemão na Alemanha, você vai aprender o Hochdeutsch – embora seja possível encontrar também cursos específicos dos dialetos. Contudo, a depender do lugar onde fizer o curso, talvez você ouça palavras e expressões no dia a dia que não significam a mesma coisa em outras partes do país. Sem falar na linguagem dos jovens, que também reserva algumas surpresas. Ou você saberia dizer espontaneamente o que quer dizer “verchillenˮ ou “abspacenˮ*? Não é incrível?
Então, você já sabe onde gostaria de aprender alemão?
*verchillen, relaxar; abspacen, “sair da realidade, desligar-se”
Palavra e (des)palavra de 2022
Em 2021, já pela 45ª vez, um júri da Sociedade da Língua Alemã (GfdS) em Wiesbaden escolheu “a palavra do ano” e, como aconteceu também em 2020, o coronavírus está ilustremente representado – cinco das dez palavras do ano têm relação direta com a pandemia.
A palavra vencedora, ‘Wellenbrecher’, quebra-mar (literalmente “quebra-ondas”), na verdade, conhecida do campo da proteção costeira e da construção naval, significa todas as medidas adotadas para conter a quarta onda do coronavírus. Outras palavras do ano relacionadas ao coronavírus são ‘Impfpflicht’, obrigatoriedade da vacina’ (4° lugar), ‘Lockdown-Kinder’, crianças afetadas pelo lockdown (6° lugar), ‘Booster’, vacina de reforço (7° lugar), ‚‘freitesten’, ser liberado das restrições ao testar negativo (8° lugar). O 2° lugar, por sua vez, foi conquistado pela palavra ‘SolidAHRität’, solidariedade em alemão com grafia modificada para se referir à ajuda às vítimas das enchentes do rio Ahr, no oeste da Alemanha. O 3° lugar ficou com ‘Pflexit’, palavra que chama a atenção para a escassez de profissionais de enfermagem e cuidadores na Alemanha. Outras vencedoras de 2021 são ‘coligação semáforo’ (referência às eleições legislativas de 2021, às cores dos partidos do novo governo, 5° lugar), ‘Triell’ (também relacionada às eleições, “trielo”, debate entre os três candidatos a chanceler, 9° lugar) e ‘fünf nach zwölf’, são ‘doze e cinco’ (grande necessidade de ação imediata, derivada da expressão usual para algo urgente ‘são cinco para as doze’, 10° lugar).
Desde 1991, outra campanha, uma iniciativa institucionalmente independente e voluntária formada por quatro linguistas e um jornalista, elege também a “despalavra” do ano. Na 31ª escolha anual da despalavra, em 2021, venceram duas expressões:
‘Pushback’ e ‘Sprachpolizei’. Pushback vem do inglês e significa ‘empurrar para trás’. A expressão é utilizada para descrever a prática de agentes europeus de repelir refugiados, evitando que atravessem as fronteiras. O uso da expressão foi criticado, pois ela suavizaria um ato de hostilidade contra as pessoas. Com a expressão ‘Sprachpolizei’, polícia da linguagem, ao contrário, são depreciadas pessoas que, entre outros, defendem um uso da linguagem apropriado, mais justo e livre de discriminação. O conceito suscitaria equívocos, já que não existe uma polícia da linguagem.
Palavra do ano da juventude
E por último, mas não menos importante: há também uma palavra do ano da juventude! As sugestões mais frequentes enviadas por jovens à tradicional editora Langenscheidt foram ‘sus’, abreviatura de suspekt/suspeito, ‘sheesh’, interjeição de espanto ou incredulidade, e ‘cringe’. Por fim, a eleita foi ‘cringe’; a palavra é sinônimo de vergonha alheia e constrangimento.
Alguma ideia de qual será a (des)palavra de 2022?